O Uso Do Humor Em Um Call-Center

RAPHAELA REIS CONCEICAO CASTRO SILVA, Mozar José Brito

Resumo


Este artigo enfatiza o caráter subversivo do humor no local de trabalho, rejeitando as perspectivas que ressaltam apenas o lado positivo do humor organizacional. A presente pesquisa apresenta as reflexões produzidas a partir de observações não-participante em um call-center localizado no município de Juiz de Fora, em Minas Gerais. O olhar cuidadoso durante o estudo, configurado pelas observações registradas no Diário de Campo, pelas entrevistas com o Gerente de Produção do call-center a Diretora do Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações em Minas Gerais (SINTTEL), pelo diálogo entre diversos autores que pesquisam o tema, possibilitou a reflexão sobre o papel do humor nos espaços organizacionais. Dessa forma, a pesquisa evidencia que o papel do humor não se limita à diversão. O humor atua também como recurso para alívio do tédio e da rotina e a sátira pode ser subversiva decorrente do processo de trabalho específico na indústria de call-centers.


Palavras-chave


Humor; Trabalho; Organizações;Resistência;Call-center

Texto completo:

PDF

Referências


ALENCAR, E. (2009) Metodologia de pesquisa [Material didático]. Lavras, MG: Universidade Federal de Lavras.

BOUDENS, C. J. (2005). The story of work: a narrative analysis of workplace emotion. Organization Studies, v. 26, n. 9, p. 1285-1306.

BRASIL. (2012) Consolidação das Leis Trabalhistas. Disponível em: . Acesso em: 30 jul. 2012a.

CARRIERI, A. P. (2004) O humor como estratégia discursiva de resistência: as chargesdo Sinttel-MG. Organizações & Sociedade, v. 11, n. 30, p. 29-48.

COOPER, C. (2008) Elucidating bounds of workplace humor: a relational process model.Human Relations, n. 61, p. 1087-1116.

DUARTE, S. R. & DUARTE, L. C. R. de P. (2009). O humor nas organizações hoteleiras: um estudo de casos múltiplos. Revista Hospitalidade, ano VI, n. 1, p. 89-104, jun. 2009.

GREATBATCH, D. & CLARK, T. (2003) Displaying group cohesiveness: Humour and laughter in the public lectures of management gurus. Human Relations, v. 56, n. 12, p. 1514-1544.

GRUGULIS, I. (2002) Nothing serious? Candidates use of humour in management training. Human Relations, v. 55, n. 4, p. 387-406.

HOLMES, J. (2007) Humour and the construction of Māori leadership at work. Leadership, v. 3, n. 5, p. 5-27, Jan. 2007.

KORCZYNKI, M. (2011) The Dialectical sense of humour: routine joking in a tayolorized factory. Organization Studies, v. 32, n. 10, p. 1421-1439, Oct. 2011.

LYNCH, O. H. & SCHAEFER, Z. A. (2009) Review Essay: Humor Without Interaction : A Joke Without a Punch. Management Communication Quartely, v. 22, n. 3, p. 512-520.

MANCINI, L. (2001)Call-center: estratégia para vencer. São Paulo: Summus.

OLIVEIRA, S. G. (2007)Indenizações por acidente do trabalho ou doença ocupacional. 3. ed. São Paulo: LTr.

PEAUCELLE, J. L. (2000) From Taylorism To Post-Taylorism Simultaneously Pursuing Several Management Objectives. Journal of Organizational Change Management, v. 13, n. 5, p. 452-464.

ROMERO, E. J. & CRUTHIRDS, K. (2006) The use of humuor in the workplace. Academy of Management Perspectives, v. 20, n. 2, p. 58 -69, May, 2006.

ROTH, G. L. & VIVONA, B. (2010) Mirth and murder: crime scene investigation as a work context for examining humor applications. Human Resource Development Review, v. 9, n. 4, p. 314-332, Nov. 2010.

SANTOS, E. M. (2003) Percepções sobre o humor e o seu papel nas organizações de trabalho: um estudo de caso em uma empresa petroquímica. 2003. 99 f. Dissertação (Mestrado em Administração) – Escola de Administração, Universidade Federal de Salvador, Salvador.

SCHWANDT, D. R. (2005) When managers become philosophers: Integrating learning with sensemaking. Academy of Management Learning and Education, v. 4, p. 176-192.

SOIN, K. & SCHEYTT, T. (2006) Making the case for narrative methods in crosscultural organizational research. Organizational Research Methods, v. 9, n. 1, p. 55-77.

SONNTAG, A. A. (2008)Call-center próprio ou terceirizado: comparações utilizando com sistemas dinâmicos. 2008. 98 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Elétrica) – Faculdade de Tecnologia, Universidade de Brasília. Brasília.

TAYLOR, F. W. (1995)Fundamentos da Administração Científica. In:______. Princípios de Administração Científica. 7. ed. São Paulo: Atlas. p. 29-44.

TAYLOR, P. & BAIN, P. (1999) An Assembly Line in the Head: Work and Employee Relations in the Call Centre. Industrial Relations Journal, v.30, n. 2, p. 101-17.

TAYLOR, P. & PETER, B. (2003) Subterranean Worksick Blues: Humour as Subversion in two Call Centres. Organization Studies, v. 24, n. 9, p. 1487-1509.

VASCONCELOS, L. H. R. (2010) A contribuição do call-center para a inovação em empresas prestadoras de serviços. 2010. 326 f. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo.